













Explicação das casas intitula uma das várias “explicações” que o poeta Daniel Faria publicou em 1998 no seu livro Explicações das árvores e de outros animais.
A casa foi para Daniel um símbolo de referência na sua extensa obra, apesar da sua morte prematura, e funde-se com a construção da sua própria subjectividade. Metáfora de encontro transitório, a casa enquanto lugar-dentro nunca esteve, para o poeta, fechada sobre si mesma, pelo contrário, é um lugar para os outros contruído um pouco acima do chão, como se levitasse.
Samuel Silva e Duarte Amorim elegeram Explicação das casas como pretexto para desenhar o espaço através da luz e do som. Os versos de Daniel são os gatilhos para a criação de composições, desenhos e movimentos de luz intensificados por uma paisagem sonora a cargo dos Haarvöl.
Levitação conduz-nos a uma suspensão em que as palavras do poeta dão lugar a arquitecturas sem gravidade a meio caminho entre algo.