A exposição de Amadeo, um dos grandes nomes da Arte Portuguesa, reúne, pela primeira vez, cerca de meia centena de obras, onde constam desenhos inéditos descobertos nos frontispícios e páginas soltas dos manuais escolares de Amadeo, pertencentes à biblioteca privada da casa da família em Manhufe (Amarante), assim como, livros literários de coleções privadas e institucionais onde se encontraram manifestações gráficas do autor. Apresenta, ainda, esquissos e apontamentos, revistas, algumas pinturas paradigmáticas, postais, cartas originais, entre outros materiais. Esta mostra, com curadoria de Samuel Silva, amplia o olhar sobre a obra deste artista amarantino, promove a noção de margem como centro de reflexão e dedica-se à incerteza e ao desassossego no traço de Amadeo: o esboço como espaço de teatralização da dúvida; o desenho como tentativa falhada, gesto infinito que nunca se conclui; o risco divergente e sem medida que resiste à leitura apressada; o apontamento lacónico, marginal, que parece desejar desaparecer; a experimentação (cali)gráfica nos cantos dos suportes.